quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

EDUCAÇÃO SEXUAL no Ensino Básico

O Ministério da Educação vai lançar em Fevereiro uma avaliação nacional da forma como as escolas estão a abordar a educação sexual. Em 2007, as questões da sexualidade passaram a ser de abordarem obrigatória entre o 6.º e 12.º anos, devendo ser leccionadas na chamada área de Educação para a Saúde.
O PCP propõe que a matéria seja abordada obrigatoriamente, mas de forma transversal em várias disciplinas, "da História ao Português, por exemplo".A JS (Juventude Socialista) propõe a educação sexual no ensino básico, e o BE (Bloco de Esquerda) também é da mesma opinião, com aulas de 90 minutos semanais.
No Reino Unido, milhões de ingleses com idades compreendidas entre os 5 e 16 anos matriculados nos estabelecimentos de ensino públicos têm obrigatoriamente uma disciplina de saúde e do comporamento em sociedade, que inclui também aulas de educação sexual.

Contudo...
É a família que deve educar sexualidade dos filhos, segundo psicóloga. Educar a sexualidade tarefa fundamentalmente da família, onde se dá um «clima favorável» frente a «uma cultura fortemente condicionada pelos efeitos da onda de longo alcance da revolução sexual». Assim afirmou a doutora italiana Maria Luisa Di Pietro, professora associada de Bioética na Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma e presidente da associação Scienza & Vita (Ciência e Vida).
«A redução da sexualidade a uma mera dimensão do instinto favoreceu também, em suas manifestações mais extremas e ínfimas, a difusão da pornografia e da violência sexual», acrescentou.
É urgente, portanto – explicou –, que as famílias assumam o papel primordial que têm na formação afectiva e moral de seus filhos. «A pressa por pular etapas está tornando cada vez mais difícil o amadurecimento afectivo dos jovens e está pondo em risco inclusive sua saúde», afirmou.
Segundo a doutora Di Pietro, a educação da sexualidade «deve ter como principal objectivo indicar e motivar a que se alcancem grandes metas», entre elas «a afirmação do eu, da autoestima, do senso de dignidade própria, da capacidade de autoposse e autodomínio, da abertura de projecto, da coerência e equilíbrio interior; a aquisição de uma grande atenção para os valores da procriação, da vida e da família».
«É necessária uma verdadeira formação dirigida à educação da vontade, dos sentimentos e das emoções – acrescentou. Conhecer-se equivale a ter um motivo a mais para aceitar com serenidade a própria realidade de homem ou de mulher e para exigir maior respeito e consideração por si mesmo e pelos demais.»
Os pais têm «a obrigação moral de educar a pessoa em sua masculinidade e feminilidade, em sua dimensão afectiva e de relação: educar a sexualidade como dom de si mesmos no amor, esse amor verdadeiro que sabe custodiar a vida».
Os pilares de toda educação baseada no amor à pessoa, segundo a doutora, são: por um lado, «que ideia se tem do homem», e por outro, «que projecto de homem se pretende realizar».
«Quando se renuncia à verdade sobre o homem (ao amor pela verdade), corre-se o risco de comprometer justamente a obra educativa. Se a liberdade não se introduz e arraiga em uma verdade integral da pessoa, pode conduzir o próprio homem a condutas e escolhas que reduzem o humano, ou pode converter-se em instrumento de prevaricação e de puro arbítrio ou levar a atitudes de resignação e perigoso ceticismo».
Neste sentido, acrescentou que é necessário educar a afectividade ao mesmo tempo que o sentimento moral, ou, o que é o mesmo, a «educação para a liberdade».
«A pessoa só se forma quando é capaz de responder à pergunta sobre qual pessoa deveria eu ser. O compromisso deve ser, então, o de ajudar o sujeito a crescer como pessoa virtuosa, ou seja, a adquirir uma aptidão permanente para fazer o bem e para fazê-lo bem.»
Os pais, especialmente durante a adolescência, devem «ajudar seus filhos a discernirem sua vocação pessoal, a descobrir o projeto que Deus tem para eles», acrescentou.
Devem também ser conscientes de que o dever de educar moralmente os filhos é «inalienável» e que não pode ser «nem totalmente delegado a outros nem usurpado por outros».
«De facto, não oferecer aos filhos um ambiente familiar que possa permitir uma adequada formação ao amor e à virgindade significa faltar a um dever preciso», acrescentou.

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