quinta-feira, 18 de junho de 2009

FPV contra o aborto

Fax enviado ao primeiro-ministro
Federação pela Vida propõe imagens fortes contra o aborto

A Federação Portuguesa pela Vida (FPV) enviou um fax ao primeiro-ministro, José Sócrates, sugerindo a realização de uma campanha semelhante à que já foi proposta para o tabagismo, com imagens fortes que contrariem a prática do aborto. "Não faz sentido apoiar uma campanha contra o tabagismo, mostrando imagens que salvam vidas, se não se fizer o mesmo com o aborto", diz ao PÚBLICO João Araújo, da direcção da FPV.


No documento enviado ao primeiro-ministro, a federação cita três organizações da área da prevenção do tabagismo para dizer que "para diminuir comportamentos errados é preciso desincentivá-los e fiscalizá-los, em ordem a mudar mentalidades".


A FPV recorda que quer os opositores do aborto, quer os que defendiam a sua despenalização afirmavam querer "diminuir os abortos". Houve "defensores" do "sim" no referendo que afirmaram mesmo que a despenalização "faria diminuir" o número de abortos, acrescenta o texto. É nesse sentido que a federação propõe o lançamento da campanha "Aborto: mostra a verdade - imagens de aviso salvam vidas". Ao mesmo tempo, a FPV defende que o consentimento para o aborto seja assinado na ecografia do bebé a abortar e que a exibição de imagens deve ser feita para "dissuadir os promotores do aborto de divulgarem essa prática". "Há centros de saúde em que a primeira coisa que se sugere é fazer a interrupção voluntária de gravidez", diz o dirigente da federação. A FPV sugere ainda, na carta enviada a José Sócrates, que o aborto deixe de ser totalmente grátis, que haja consultas obrigatórias para dar alternativas para "a mulher empurrada para o aborto". Ao mesmo tempo, é ainda proposta a criação de uma linha telefónica que demova da prática do aborto e a ajuda do Governo às associações que apoiam grávidas em dificuldades.João Araújo dá o exemplo: o Ponto de Apoio à Vida, de Lisboa, "tem mais pedidos de apoio" do que aqueles que é possível dar.


O responsável da FPV acusa ainda o Governo de ter regulamentado a lei do aborto por despacho, o que impossibilitou o Presidente da República de verificar se eram seguidas "as melhores práticas da Europa", como Cavaco Silva tinha pedido. Mas a FPV não irá queixar-se ao Presidente para que este vigie o que se passa com a aplicação da lei. Nem no caso de Sócrates não responder à carta enviada.

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