sexta-feira, 19 de julho de 2013

A Armadilha do Saber Muito e Pensar Pouco

Ted DeMoss, o já falecido presidente emérito de Christian Business Men’s Committee, comentava frequentemente nas suas palestras que algumas pessoas têm “uma formação acima da sua inteligência”.  Era a sua forma humorística de descrever alguém que, apesar dos seus muitos conhecimentos, havia a probabilidade de pensar muito pouco.  Por outras palavras, ele acreditava que o conhecimento não-trabalhado poderia ser perigoso se tratado com descuido ou negligência.
Compreendo bem que a ideia de saber muito e não pensar o suficiente, parece ser uma característica partilhada por muitas pessoas.  Eu próprio já passei por isto.  No início da minha carreira tive a oportunidade de abrir uma firma de revelação fotográfica apesar de desconhecer esta área de negócio.  Foi necessário pensar cuidadosamente em tudo, fazer descobertas sozinho e, às vezes, confiar no meu coração e na minha intuição (hoje sei que era sabedoria vinda de Deus;  não era um conhecimento qualquer que eu possuísse).  Essa abordagem intuitiva trouxe soluções criativas que fizeram com que o estúdio se destacasse entre os concorrentes, o que acabou por resultar num enorme sucesso comercial. 

Alguns anos mais tarde envolvi-me noutro projecto.  Sentia uma preparação melhorada e apliquei as mesmas regras dos concorrentes.  Apesar de ter adquirido bons conhecimentos sobre a nova área de trabalho, não estava a ser mais bem sucedido do que os outros no mesmo ramo.  Olhando retrospectivamente, vejo que isso se deveu ao facto de não ter sido forçado na criatividade e na busca de novas e melhores formas de fazer as coisas.  Penso que confiámos mais no conhecimento e nas práticas do nosso ramo.  Aparentemente, o “saber demais” não me beneficiava.

Parece uma contradição estranha.  Era de esperar que, quanto mais conhecimentos houvesse sobre alguma coisa, melhor seria o resultado.  Mas as coisas nem sempre funcionam assim.  Tomemos, por exemplo, Steve Jobs e a força criativa por detrás dos computadores Apple.  Duvido que ele fosse começar a empresa se tivesse vindo duma experiência como a IBM, que usava uma abordagem diferente na solução de problemas tecnológicos.  A falta de experiência do Sr. Jobs à volta dos computadores, levou-o a pensar de maneira inteiramente nova, às vezes não muito ortodoxa, mas que se mostrou muito produtiva.

Na esfera espiritual somos exortados a confiar em Deus e não no nosso próprio conhecimento, senão, repare no texto bíblico:  Confia no Senhor de todo o teu coração;  não te fies na tua própria inteligência.  Apoia-te nele em tudo o que empreenderes e ele te mostrará como deves agir  (Provérbios 3:5 e 6).  Às vezes isso é difícil para os veteranos do mundo empresarial e profissional, porque estão acostumados a buscar soluções tangíveis e mensuráveis para os problemas, em vez de pensar e agir pela fé.  Contudo, é exactamente isto que Deus pede aos Seus seguidores.

Antes do período renascentista do século XIV ao XVII, supunha-se que as pessoas eram essencialmente iguais.  Se alguém fosse capaz de produzir algo na arte, na música ou na literatura, devia-se a algum dom sobrenatural.  Dizia-se que a pessoa “tinha” um génio – uma capacidade divinamente conferida – e não que “era” um génio.  Entretanto, no período do Renascimento, o pensamento humanista concluiu que o homem possuía criatividade própria, sem precisar de ajuda ou intervenção sobrenatural. 

O facto é que a Bíblia afirma que Deus concede dons e capacidades especiais.  Assim, não deveríamos atribuir a nós mesmos demasiado crédito em possui-los, nem tão pouco sentirmo-nos inferiores caso não fossem possíveis determinados dons tão desejados.  Deus proporcionou a cada um de nós dons e talentos específicos, mesmo quando estes nos chegam sob alguma forma que não o pareçam ser. 

Se confiarmos n’Ele e na Sua direcção, e não no nosso próprio conhecimento e entendimento, vamos concerteza descobrir e apreciar plenamente as capacidades exclusivas que Ele concedeu a cada um de nós. 


Texto da autoria de Jim Mathis, proprietário de um estúdio de fotografia em Overland Park, Kansas, especializado em retratos executivos, comerciais e culturais.  Anteriormente, tinha estado a trabalhar como gerente duma Cafetaria e como Director Executivo de Christian Business Men’s Committee em Kansas-Missouri, EUA.

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