Enquanto
assistia a um evento desportivo num final de semana, na minha opinião,
tornou-se evidente que é preciso jogar a partida completa, quer isto
signifique os quatro quartos, como no futebol americano e no
basquetebol; dois tempos como no futebol; três períodos no hóquei;
nove “entradas” (ou mais) no basebol; ou 18 buracos no caso do golfe. É
bom construir uma boa vantagem no início mas, ainda assim, é preciso
jogar até ao final da partida.
Com
frequência, os períodos finais numa competição são cruciais. Na
partida a que me referi, entre dois grandes rivais, o resultado só ficou
definido apenas a dois segundos do final. Ao alcançar uma vitória
quando a derrota parecia mais que certa, tornou-se evidente que, mesmo
os últimos segundos da disputa são de extrema importância.
Já
entrei na idade dos 60 anos. Seja qual for o modo de olhar este
acontecimento, é verdadeira a afirmação de que estou na última “secção”
da vida e, seguramente a última dos meus anos mais produtivos. Tudo o
que passar dos 80 serão “prolongamentos”. Mas aos 61, estou
definitivamente a começar a jogar o meu último tempo da partida da
vida. Entretanto, o facto de deixar o tempo correr, fazer jogadas de
pouco risco, como às vezes ocorre no futebol, não me parece prático ou
digno de um bom atleta nesta altura da minha vida, mesmo que tivesse,
digamos, uma boa vantagem a meu favor.
Muita
gente na minha idade já está de olho no “relógio”, raciocinando na
evidência de estarem a deslizar fácil e rapidamente para o
encerramento. Ou seja, já desistiram de viver no seu melhor ou estão no
processo de o fazer. O curioso é eu estar a sentir-me melhor do que
nunca. Não estou nada cansado. Sinto-me mais criativo e conheço mais
do que conhecia antes. É apropriado rever o meu “plano de jogo”, fazer
melhores escolhas ou jogar como se o resultado ainda fosse incerto. É
importante que eu não deixe o relógio correr apenas! Não, de modo
nenhum! O apóstolo Paulo faz uma analogia entre a vida e a corrida
desportiva, enfatizando a importância de se completar todo o percurso
até ao final: “Não
sabem que no estádio todos os corredores tomam parte na corrida, mas só
um é que recebe o prémio? Corram, portanto, de maneira a poderem
recebê-lo” (1 Coríntios 9:24).
Aparentemente,
tal como acontece com os veículos motorizados, achamos que a certa
altura da vida podemos desengatar a mudança em ponto morto, prosseguir
embalados até à linha de chegada e ainda assim vencer a corrida. Esta é
uma ideia relativamente nova, dos séculos XIX e XX. A Alemanha foi o
primeiro país a estabelecer a ideia de aposentação em 1880. Hoje em
dia, muitas pessoas (se não a maioria) nos países industrializados,
consideram a idade da reforma como um direito básico. Continuar ou não a
trabalhar, depois duma certa idade, é uma decisão pessoal. Deveríamos,
contudo, empenhar-nos em servir a Deus e aos outros de forma produtiva,
enquanto formos capazes de fazê-lo!
Na
carta bíblica escrita por Paulo e Timóteo aos habitantes de Filipos,
uma cidade da Macedónia, a nordeste da Grécia, encontramos a seguinte
afirmação: “Deste modo, caminho em direcção à meta para obter o prémio que Deus nos prometeu dar no Céu por meio de Cristo Jesus” (Filipenses 3:14).
Paulo
compreendeu que, na sua idade avançada, a corrida ainda não tinha
acabado. Assim, ele estava determinado a prosseguir até que a sua vida
na terra terminasse completamente.
Quanto
a mim, também pretendo jogar com todo o empenho até ao apito final,
buzina, fita de chegada, trombeta de Gabriel ou seja lá o que for que
sinalize o encerramento. Devemos isso ao Grande Treinador, à nossa
equipa ou comunidade e a nós mesmos; à nossa família, amigos,
empregadores ou responsáveis, colegas de trabalho e a tantos outros que
confiam em nós e no nosso exemplo.
O propósito único da vida deve ser este: jogar a partida até ao seu derradeiro final!
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