sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bispo D. Januário: "Concordo e aceito um homem que viva com um homem."

O Bispo dissidente e infiel à Verdade D. Januário Torgal Ferreira ataca o Magistério da Igreja e defende o homossexualismo, afirmando "Concordo e aceito um homem que viva com um homem".

Nuno Serras Pereira, 26. 06. 2010

Hoje li um texto de um padre católico dissidente e infiel à Verdade e, portanto, ao Amor que a propósito de uma sondagem conclui que Magistério da Igreja está mal e errado porque não se conforma com a mentalidade deste mundo [1], a que uma grande parte dos católicos já aderiu. [2] Eu, pelo contrário, deduzi que uma parte significativa dos Pastores e Prelados não andam a fazer e a ensinar o que deviam. Logo senti um ímpeto para escrever e contra-argumentar. Porém, de imediato, fui acometido por uma modorra. Outros que o façam, não posso ser sempre eu. Ainda me vão acusar, como de costume, de atacar e agredir a Igreja, de a dividir e a escavacar; de ser mais cruel que Herodes, mais furioso que Átila e mais escarnecedor do que Voltaire.

Não obstante, enquanto percorria a imprensa na linha (on line) permanecia em mim uma inquietação perplexa até que deparei com a resposta ideal que mostrava exemplarmente aquilo que queria dizer. Uma entrevista de um bispo manifestava com toda a clareza como andam a ser pastoreados os fiéis. Este afirma de viva voz aquilo que mais alguns outros pensam e comunicam embora, geralmente, de modo mais discreto[3].

[email recebido e pertinente]
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[1] Romanos, 12, 2

[2] In http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1603247&seccao=Anselmo%20Borges&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

[3] In http://www.ionline.pt/conteudo/66412--concordo-e-aceito-um-homem-que-viva-com-um-homem

Extracto da entrevista:

Recordo-me que há tempos, quando Obama esteve na China e falou dos direitos humanos, disse que um líder não pode ter medo. Considera que Cavaco Silva teve medo quando decidiu promulgar o casamento entre homossexuais?

Não o quero interpretar. Só posso interpretar o texto que ele publicou. A mim o que me impressionou negativamente nem foi o facto de ter promulgado o casamento, apesar de ser um casamento com o qual eu não concordo e que entendo como união. Fiquei, sim, muito admirado com a produção cultural insuficiente da argumentação usada: dizer que não veta por causa da situação crítica que estamos a atravessar? Mas há aqui alguma relação de causa e efeito? Vetar daria origem a manifestações gigantescas, descontentamento? Se ainda há dias houve uma manifestação espectacular, como todas as da CGTP, e Lisboa foi invadida por pessoas de todo o país, que quiseram protestar por estarem em causa o pão, os salários... Assumiram a defesa dos seus direitos... E houve alguma escaramuça? Qual mal-estar? Felizmente já demos vários passos na democracia!

O que é certo é que mesmo sendo vetada, a lei voltaria ao Parlamento e...

[Interrompe] Por isso mesmo! Ele sabia que o próprio ciclo da legalidade seria suficientemente rápido e teria um determinado efeito. Por isso, para que é que vem com uma explicação que é perfeitamente inadequada, inconveniente, injustificada e incoerente? A sério que não vejo como é que uma situação crítica do ponto de vista económico-financeiro pode ser agravada com a legalização de um homem casar com um homem ou de uma mulher com uma mulher.

Portanto, o que o aborreceu não foi a aprovação do casamento, mas sim a fraca argumentação de Cavaco Silva?

Há coisas que não se podem misturar e que eu não quero misturar. Cavaco Silva não precisava de invocar a sua posição católica a primeira vez, nem justificar se agora tem uma posição diversa, ou não. Eu faço uma análise independente das minhas convicções católicas. Não me parece que pegue, vindo de uma pessoa minimamente apetrechada do ponto de vista cultural, a explicação do senhor Presidente da República. Mas não me compete julgar. Nem analisar ou comentar.

Mas o assunto caiu mal na igreja. O cardeal-patriarca foi muito explícito nas críticas e a Igreja até estará à procura de um candidato alternativo...

Caiu mal, sim. Mas não acredito nisso de se procurarem candidatos. As pessoas sabem que, eventualmente, podendo haver um candidato à direita de Cavaco Silva... será difícil encontrar alguém capaz de o vencer. Mas isto são assuntos da política. A crítica a Cavaco Silva tem o seu fundamento. Para mim, independentemente do conteúdo - eu não concordo com a noção de casamento -, concordo e aceito um homem que viva com um homem e uma mulher que viva com uma mulher.

Isso não o choca?

É evidente que não. A atitude que tenho de ter é a respeitabilidade.

(...)

Como encara o movimento de gays católicos?

São pessoas que põem problemas. Eu acho que o drama de cada pessoa deve ser entendido. Nós julgamos e jogamos com generalidades. Eu despertei para este problema já há muitos, muitos anos, quando conheci um casal que já não era jovem e que me confessou, amargurado, que o filho era homossexual. E eles sofriam e diziam: "Não discriminamos o nosso filho, achamos que não é um crime." Nós podemos não aceitar nem entender que os nossos filhos sejam homossexuais, mas temos de os amar, não os podemos afugentar. E a Igreja só pode ter uma atitude: acolher, ouvir, tentar entender. Eu às vezes pergunto a colegas: "Você já alguma vez falou com um homossexual?" É que eu já e sabe o que é que vi? Uma pessoa que sofria loucamente, porque não era entendida, porque tinha uma orientação sexual que não é aceite socialmente. Alguém que se sentia só, escorraçado. Alguém que se escondia.

A Igreja acolhe os homossexuais, na verdade. Desde que não pratiquem a sua homossexualidade...

Com certeza que um casal homossexual não é um teórico, não é? E os afectos traduzem-se por essa prática, por essa fusão psíquico-afectiva da unidade misteriosa que é o ser humano.

A Igreja tem de entender isso?

Entender, sim. Sacralizar é que não - porque o amor, para a Igreja, é um sacramento, o matrimónio. Esta é uma matéria muito complexa, que tem de ser muito bem compreendida. E nenhuma instituição pode dizer se aceita ou não aceita. Cada caso é um caso.

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