Muitos
oradores profissionais compreendem que falar sobre os seus fracassos
pessoais torna-os mais bem vistos e estimados pela sua própria
audiência. O problema é que para fazer isso é preciso humildade e
transparência num grau que muitos não estão dispostos a alcançar. Por
isso fiquei muito impressionado ao ouvir o Sr. Chip Ingram falar num
evento da “Faith Incorporated” apresentado na nossa cidade.
Ao
falar sobre a importância de integridade pessoal, Ingram confessou
algumas deficiências pessoais diante dum público que o ouvia. Ele não
fez apenas uma reflexão sobre incidentes dum passado distante, mas
também falou de circunstâncias recentes, admitindo que não sentia
orgulho em reconhecê-las. Muitos ouvintes ficaram surpreendidos com a
abertura e a sinceridade com que ele contou os seus segredos a pessoas
praticamente desconhecidas.
As
revelações francas de Ingram não apenas foram transparentes como
instrutivas. Ao contar a sua história, citando as próprias falhas para
ilustrar o tema da integridade, ele o fez de tal maneira que serviu de
exemplo vivo de humildade a todos quantos estavam no recinto. Ao mesmo
tempo, foi como se ele estivesse a dar permissão aos ouvintes para que
fossem eles próprios autênticos, não se escondendo atrás de fachadas de
fingimento.
No
mundo profissional e empresarial, frequentemente, esforçamo-nos por
impressionar as outras pessoas, tentando apresentarmo-nos sob as luzes
mais favoráveis. Preferimos manter os pecados e as falhas pessoais na
sombra. Contudo, o que Ingram fez, foi aplicar um princípio bíblico
importante. Provérbios 28:13 ensina: “Quem dissimula os seus pecados não prosperará; quem os confessa e se emenda será perdoado”.
Para Ingram a sua honestidade capacitou-o a encontrar misericórdia,
tanto da parte de Deus como do público. Quanto a mim, a sua palestra
fez-me ter a consciência das minhas inúmeras falhas pessoais e,
portanto, não desejar atirar pedras ou proferir julgamentos sobre outras
pessoas.
Obviamente
existem muitas razões para evitar compartilhar as nossas deficiências e
fracassos pessoais com os outros: o constrangimento e a vergonha são
algumas delas. Mas o orgulho é talvez o maior inibidor de todos. Não
queremos que os outros conheçam as nossas imperfeições, mesmo que
tenhamos consciência de que toda a gente está muito distante da
perfeição.
Entretanto, o orgulho leva-nos a tentar provar aos demais
que somos melhores do que realmente somos.
Útil
será considerar duas advertências importantes que encontramos na
Bíblia. A primeira é uma declaração simples, embora solene: “... Não há ninguém que seja justo. Ninguém!” (Romanos 3:10). A segunda encontra-se no livro da sabedoria: “O coração orgulhoso há-de fracassar; a humildade é caminho para a glória”
(Provérbios 18:12). A minha experiência ensina-me que é prudente
guardar estes conselhos das Escrituras. Se cometeu um pecado no
trabalho, não tente ocultá-lo. Por mais difícil que pareça ser, a
confissão sincera é sempre o melhor caminho.
Os
erros que cometemos têm uma forma irritante de se revelarem, às vezes,
nas horas mais inoportunas. A sabedoria sugere a adopção de uma
abordagem mais proactiva, confessando as nossas falhas com sinceridade e
de maneira oportuna, ao invés de esperar que elas se revelem por si
mesmas de outro modo, quase sempre para nossa infelicidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário