terça-feira, 15 de março de 2011

Processo contra o Prior de Trancoso

Sentença de 1587 - Trancoso, Portugal Arquivo Nacional da Torre do Tombo SENTENÇA PROFERIDA EM 1587 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO (Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7) "Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres". Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior dormia ainda com um escravo adolescente, de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso, nefando noites seguidas quando não estavam lá as mulheres. Acusam-no ainda dois ajudantes de missa, infantes menores, que foram obrigados a servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do malfadado prior. Agora vem o melhor: "El-Rei D. João II perdoou-lhe a morte e mandou-o pôr em liberdade, aos dezassete dias do mês de Março de 1587, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de Salvador como colaborador de povoamento português. El-rei ordena ainda guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo". (E-mail recebido de um amigo) Publicado em www.jurisciencia.com

2 comentários:

Maria Angela disse...

Em pesquisa, junto a Torre do Tombo em Portugal, recebi a informação que não há registro dessa sentença e que tudo não passa de estória fantasiosa.
grata
maria angela

Miguel Silva disse...

Pois... mesmo que não seja verídica, é muito interessante. Eu diverti-me com ela.